Este é o cenário da economia mundial previsto para 2022 pelo economista José Roberto Mendonça de Barros, que falou recentemente aos cooperados da COANORP
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas atualmente pela economia mundial, o economista José Roberto Mendonça de Barros, que falou recentemente aos cooperados da COANORP– Cooperativa Agropecuária Norte Paranaense, com sede em Astorga, disse que as expectativas para o mercado internacional são de crescimento econômico razoável, com bom volume de consumo e preços firmes para alimentos, especialmente grãos e carnes vermelhas.
No contraponto, entretanto, Mendonça de Barros alertou que os preços do petróleo tendem a continuar subindo firmes e que o barril pode chegar a U$ 100,00, segundo algumas previsões, pressionando o preço do diesel e os custos de produção agrícola. Os juros internacionais também estão subindo e pressionam os juros internos.
“Esse cenário mundial traz reflexos para o Brasil, onde o crescimento interno deve ser fraco”, afirmou o economista. Com isso, ressaltou, o mercado interno, especialmente de alimentos, “vai seguir devagar, devido às questões internacionais, a situação da covid-19, ao endividamento das famílias, ao aumento do desemprego e aos juros em alta, tudo afeta o consumo”.
Para Mendonça de Barros, um fator relevante a considerar é que a inflação deve cair de cerca de 10% para 5% este ano, mesmo que lentamente. Mas os juros tendem a aumentar mais e o setor de crédito a ficar bastante pressionado com o custo elevado do dinheiro. Também, o dólar, difícil de prever, deve flutuar ao redor dos valores atuais até o quadro de sucessão presidencial apresentar maior clareza.
Outro aspecto que preocupa, segundo Mendonça de Barros, é que a produção agrícola do Brasil vai pagar o preço pelas incertezas climáticas, especialmente as regiões sul e sudeste do país. “Mas por causa disso, os preços dos grãos devem seguir firmes e quem conseguir ainda colher boas produtividades, vai ter boas possibilidades de ganhar dinheiro”, ressaltou. O total da produção de grãos brasileira, entretanto, complementou o economista, “vai depender da safrinha, que deve ser plantada na janela correta, pois as chuvas chegaram na hora certa. Aí poderemos saber qual será o tamanho da safra brasileira”.
Na pecuária de corte, Mendonça de Barros comentou que os pecuaristas estão vendo os primeiros sinais de estabilização do ciclo pecuário. “Mas é seguro dizer que os preços do boi seguirão bastante razoáveis ao longo do período e a reposição será feita com preços bastante razoáveis também”.
Em resumo, Mendonça de Barros destacou que 2022 vai ser um ano desafiante para todos, em especial para os produtores rurais e muito mais ainda para os que vão colher menos. Isso, junto com o fato de que o plantio da próxima safra vai ser feito com custos mais elevados, provavelmente, e margens mais pressionadas. “O que sugere que a gestão financeira da propriedade tem que ser feita com muita cautela, evitando excessiva alavancagem de recursos, porque o custo do dinheiro está alto e vai ficar mais elevado e escasso. Cautela na gestão financeira é decisivo e controle de custos para continuar numa trajetória de crescimento”, enfatizou.
O economista lembrou ainda que é preciso “buscar por melhor tecnologia e crescimento constante das produtividades, o que é característico da produção agropecuária brasileira. Este é o caminho para enfrentar as eventuais dificuldades, especialmente climáticas. É certo que temos caminhando para um período de variação maior do clima”, concluiu, ressaltando que o ano deve ser bastante razoável.
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