Cláudia e Ângela fizeram questão em colocar a mão na massa.
Não só administrar o negócio da família, mas plantar, colher, fazer todo o manejo e até a manutenção do maquinário.
Pais de duas filhas, Claudio e Maria D’Agostini, de Sabáudia, poderiam ter um problema em mãos em relação a sucessão familiar se os dois não pensassem de forma diferente, mesmo em uma época em que o meio rural era essencialmente masculino. Desde cedo, eles sempre incentivaram as filhas Cláudia e Ângela D’Agostini a se envolverem com o agronegócio.
Mas, como lidar com o dia a dia da propriedade envolvia normalmente trabalho pesado, onde força bruta era fundamental, eles buscaram incentivar as filhas a fazerem Administração e aprenderem a gerenciar o negócio. Com o avanço da tecnologia, que facilitou tremendamente o trabalho no campo e sentindo que só administrar, sem conhecer a prática diária no sítio, não bastava, as duas irmãs decidiram acompanhar o pai em tudo, passando a trabalhar lado a lado, há seis anos, seguindo o exemplo da mãe, que sempre foi parceira do marido.
“Sentimos necessidade de ir mais fundo, conhecer mais da nossa atividade, do negócio da família”, afirma Cláudia, ressaltando que hoje, o trator e a colheitadeira são cabinados, com ar condicionado e é só apertar botões. “Não precisa usar a força. Todo serviço é mecanizado”, diz. As duas irmãs aprenderam a plantar, colher, todos os manejos necessários e até mesmo a fazer a manutenção do maquinário.
Cláudia conta que sempre buscava escapar da faxina da casa para ir ajudar o pai a plantar ou colher. E apaixonou-se pela atividade “É um trabalho tranquilo e com um futuro promissor. É claro que tem a preocupação com o clima e outras adversidades, já que produzimos a céu aberto, mas, fazemos o que está em nossas mãos. É uma satisfação enorme quando vejo os resultados e os benefícios que traz para a economia do país, quando vejo a importância do agro. Tenho orgulho do que faço”, enfatiza a cooperada.
Quando Cláudia e Ângela começaram a participar dos dias de campo, palestras e outros eventos técnicos da cooperativa, eram raras as mulheres que participavam. Hoje a presença feminina é bem comum e é possível ver cada vez mais mulheres envolvidas com o agronegócio.
A família cultiva em média de 150 a 170 alqueires de soja, dependendo da quantidade de área que conseguem arrendar, sendo somente 130 alqueires próprios. Apesar dos contratempos climáticos nesta safra de soja, que reduziu significativamente a produtividade em grande parte do Paraná, os D’Agostini estão colhendo bem, uma média de 140 a 150 sacas por alqueire. Além de plantarem mais tarde, os intervalos entre as chuvas foram menores na propriedade do que para a maioria dos produtores. No inverno, a família planta trigo e aveia para cobertura do solo.
O pai, Cláudio, é ainda quem toma a decisão final, mas tudo é discutido em família e as filhas ganham cada vez mais autonomia. “Nosso pai está sempre junto, acompanhando tudo de perto e orientando”.
Cooperativista, a família participa do dia a dia da cooperativa. “O cooperativismo é a essência da agricultura. Na região há muitos pequenos produtores que só têm força quando estão unidos em sua cooperativa, que regula o mercado e oferece todo respaldo técnico, além de segurança e tranquilidade. Tudo é muito transparente”, resume Cláudia.
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