Clenira – família com vocação para o agro
Da cidade para o campo, a cooperada, o esposo Roni e os dois filhos descobriram na terra a grande paixão e um futuro promissor
“Nos últimos anos, a mulher tem conquistado seu espaço no agro, o que é muito bom porque quando a família trabalha unida, o potencial de crescimento e interação é muito maior. Mesmo as mulheres que só trabalham dando suporte aos maridos nas atividades diárias, esse apoio é fundamental. A presença da mulher ao lado do marido envolve também os filhos com o negócio da família e garante a sucessão familiar”. A afirmação é de Clenira Bitiati, de Santa Fé, que descobriu no agro não só uma paixão, mas a vocação da família.
Mesmo sendo a única mulher dentre os quatro irmãos, Clenira começou a trabalhar cedo e ainda criança apartava e alimentava os animais, e fazia pequenos serviços. Apesar de ser filha de produtores rurais que plantavam algodão, café e amendoim, além das criações, ela acabou indo para a cidade e se formou em Psicologia, exercendo a profissão por muitos anos. O esposo, Roni Custódio, de família de comerciantes, não entendia nada de agricultura e possuía uma padaria, e os filhos, Guilherme e Luís Paulo tinham tudo para também se estabelecerem na cidade.
A mudança radical ocorreu em 1997, quando Clenira herdou os 15 alqueires dos pais e como entendia um pouco do negócio, decidiu tocar a propriedade com o envolvimento de toda a família, que participando de palestras, dias de campo e tudo mais, decidiram aprender juntos como lidar com a terra. E mesmo não sendo do agro, Roni gostou tanto que acabou deixando Clenira mais a frente da padaria, enquanto ele assumia o trabalho no campo. Até os filhos optaram por se tornarem engenheiros agrônomos.
Atualmente, a família planta 70 alqueires próprios com soja e milho em Santa Fé e arrendam mais 350 alqueires no Mato Grosso do Sul. Os quatro se dividem, indo dois para o Mato Grosso do Sul e os outros dois ficando em Santa Fé, quando o serviço aperta. “Quando começamos, não tínhamos nem um maquinário. Tanto o plantio quanto a colheita eram terceirizados. Aos poucos, conforme fomos aprendendo a lidar com a terra e nos capitalizando, é que fomos adquirindo as máquinas e passando a arrendar terras”, comenta Clenira, que quando necessário também assume a boleia do caminhão ou a colheitadeira.
A família é daquelas que gosta de cuidar bem da terra, seguindo todas as orientações técnicas no manejo do solo, com análises constantes, gessagem, calagem, adubação de acordo com a demanda, além de plantarem sorgo, milheto e crotalária para formar uma boa camada de cobertura e raízes no solo. O resultado são produtividades médias de 150 sacas de soja e 240 sacas de milho segunda safra. “Este ano a estiagem castigou muito nossas áreas em Santa Fé, onde devemos colher uma média de 75 sacas por alqueire. Com um pouco mais de chuva registrada durante a safra, no Mato Grosso do Sul devemos colher uma média de 65 sacas por hectare, praticamente o dobro”, finaliza Clenira.
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