Maria Lúcia, que faz do medo a coragem
Tendo que enfrentar muitas batalhas em toda sua vida, nunca foi de fugir a luta, trabalhando lado a lado com o marido José Alves dos Santos
Pernambucana arretada, Maria Lúcia Cordeiro de Moraes, 61 anos, de Lobato, saiu da roça aos 17 anos com a família, mudando-se de Pernambuco para São Paulo. Dois anos depois, entretanto, com a morte do pai, assumiu o sustento da família, tirando do medo a coragem de seguir em frente. “Na minha vida, tive que assumir muita coisa que não esperava e dei conta. Colocando Deus a frente e com muito trabalho e força de vontade, creio que é possível enfrentar qualquer coisa. Tenho orgulho de ser mulher. Muitas não sabem a força que têm”, comenta a produtora.
Com essa mesma garra é que Maria Lúcia enfrenta o dia a dia na propriedade, apesar das limitações impostas por problemas na coluna e no joelho. “Nunca fui de enjeitar serviço”. Parceira do marido, José Alves dos Santos, ainda hoje o ajuda como pode no dia a dia da propriedade, dois alqueires e meio de pastagem para o gado de leite e plantio de milho para silagem. Os dois ainda criam porcos, galinhas, têm horta, pomar e diversos cultivos de subsistência como mandioca, feijão de corda e outros, comercializando o excedente.
“É muita paz. Temos a vida que sonhamos”, afirma Maria Lúcia, que depois de tantos anos morando na cidade, sempre sonhou em retornar para o campo, sonho compartilhado pelo marido, que também de origem rural, viveu boa parte da vida trabalhando como caminhoneiro. “Nas nossas viagens para o Mato Grosso, sempre sonhávamos juntos em voltar para o campo e minha filha, Tainara, que hoje está no segundo ano de Agronomia, também dizia que ia estudar para ser agricultora”, recorda-se Maria Lúcia. Os outros três filhos acabaram se estabelecendo em profissões na cidade.
Depois de 20 anos no Paraná, o retorno para a roça ocorreu há cerca de três anos. “Juntamos nossas economias e compramos um pedacinho de terra”, comemora. Atualmente, Maria Lúcia ajuda José mais na administração da propriedade, mas, parceira, está sempre ao lado do marido em todas as atividades. “Não dá para fazer serviço pesado, mas ajudo no que posso”, finaliza. Cooperados da COANORP, são exemplos dos pequenos produtores que fazem a força do cooperativismo.
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